domingo, 29 de agosto de 2010


MANIFESTO PÚBLICO DE RECONHECIMENTO E GRATIDÃO À PROFESSORA ADRIANA FLÁVIA SANTOS DE OLIVEIRA LIMA

Adriana Flávia nasceu em Fortaleza, no dia 24 de julho de 1955, filha do professor Lauro de Oliveira Lima, referência na educação brasileira, e de Maria Elizabete. Sua história de vida foi marcada pelo contexto sócio-político vivenciado por seu pai, um grande educador, pesquisador da teoria piagetiana que provocou grande impacto em sua formação, colaborando diretamente no seu crescimento e desenvolvimento profissional.

Em 1972 prestou vestibular e foi aprovada para Física, Matemática e Astronomia (todos na Universidade Federal Fluminense); mas, depois de algum tempo, mudou a opção de curso em função do chamado para ajudar seus pais na fundação da escola A CHAVE DO TAMANHO. Essa nova opção a levou a novos vestibulares, acabando por escolher o curso de Pedagogia, que se concluiria somente em 1977.

Ainda em 1972 conheceu Alan Melo Marinho de Albuquerque, jornalista e recém saído da prisão política da ditadura, que seria seu futuro marido e pai dos seus três filhos. Em 1974 casaram-se e passaram dois meses na Europa visitando amigos exilados. Davi foi seu primeiro filho, que nasceu em outubro de 1975.

Os primeiro anos da CHAVE DO TAMANHO foram oportunos e extremamente ricos na construção de sua identidade profissional, possibilitando a consolidação de sua visão e prática político-pedagógica. Estudava sábados inteiros com o próprio professor Lauro, participava de congressos e cursos. Continuou estudando filosofia e política nos movimentos de esquerda. Militava na Comissão estudantil do VAR-PALMARES e, mais tarde, participaria de outros grupos políticos.

Em 1976 iniciou um trabalho no morro do CATUMBI, no Rio de Janeiro. Sua idéia era levar todo o conhecimento gerado na “Chave” para as camadas populares. Partilhou muitos trabalhos com o seu colega Antonio Valente (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Este trabalho foi fértil e geraria, um pouco mais adiante, seu primeiro livro: ”Pré escola e Alfabetização”, prefaciado por Paulo Freire.

Os trabalhos políticos neste período passaram a ser prioridade, tendo militado em associações de moradores e sindicato de professores. Foi fundadora do sindicato dos professores públicos do Rio de Janeiro, e envolvida em campanhas eleitorais do professor Raimundo de Oliveira, bem como, mais tarde, de outros candidatos. Esta militância em eleições foi até 1986 aproximadamente, quando se afastou substancialmente da política partidária

Em 1979 nasce João Felipe, seu segundo filho, e nesse período fez a pós-graduação em Pesquisa em Ciências Sociais na Fundação Getúlio Vargas.

Sendo selecionada para trabalhar nas reformas progressistas propostas por Ecléia Guazelli no atendimento ao menor no Rio de Janeiro e no Brasil, ingressou na Funabem, mais tarde Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência, onde participou dos mais variados projetos de educação com crianças e adolescentes, de Diretora de escola a projeto de registro de experiências, que contemplou, por exemplo, o Sr. Augusto, responsável por universalizar o ensino no município de ICAPUI – CE. Alfabetizou nas praças, criou o RECRIANÇA e alguns projetos com menores infratores.

Em 1980 participou, como uma das coordenadoras, do 1º Congresso Piagetiano.

Em 1982 nasce a filha Ana Beatriz. Nos anos que se seguiram dedicou-se aos mais diversos projetos de educação popular (Assentamentos Humanos, INCRA, favelas etc). O destaque deste período foi o Projeto de Educação Básica na Baixada Fluminense, em convênio com a UNICEF e que gerou seu segundo livro “Educação de Jovens e Adultos e a Reconstrução da Escola” (VOZES) – esse projeto foi premiado pela UNESCO.

Cursa e conclui o Mestrado no IESAE- Fundação Getúlio Vargas, no final da década de 80 e nos primeiros anos da década de 90.

Em 1992 viaja para o Reino Unido – University College of Swansea, para cursar o Doutorado, onde defendeu a tese: “Intelectuais, conhecimento e poder”.

Em 1994 publicou a tese de Mestrado:”Avaliação Escolar: julgamento ou construção?”

Chega em Fortaleza em 1994 e entra na sociedade da escola A Chave do Tamanho, transformando-a em “Colégio Oliveira Lima”. Nestes últimos dez anos, trabalhando em cursos, assessorias e outras atividades de pesquisa, publica dois livros: “Fazer Escola” e “Conversas”, um dos períodos mais férteis em relações pedagógicas. Neste período desenvolveu atividades de formação docente e liderou um grupo significativo de estudos piagetianos e demais temas formativos relacionados à educação. Hoje, 16 anos após sua chegada à Fortaleza, contribuíu de maneira muito prática e objetiva para os quadros educacionais do Ceará, sendo diretamente responsável pela formação de grandes educadores que atuam na gestão pedagógica de diversas instituições de ensino em Fortaleza e em todo o Brasil, assim como no exterior.

Hoje Adriana Flávia é membro da Academia Cearense de Ciências Sociais, cadeira 36, escritora renomada em todo o Brasil, assessora pedagógica, pesquisadora e uma grande formadora de professores. Seu trabalho é reconhecido e legitimado por pesquisadores do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro e Ceará.

Estas são algumas informações breves sobre a sua história profissional, sobre sua trajetória enquanto educadora, assim como um documento público que expressa o valor, o reconhecimento e o agradecimento de todos os educadores que tiveram a chance e a oportunidade de terem feito parte dos grupos de estudos e pesquisas liderados por Adriana, bem como da sua capacidade de transformar professores em seu processo de desenvolvimento profissional em verdadeiros educadores, pesquisadores na luta por um país alfabetizado e democrático.

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